domingo, 20 de maio de 2012

Homenagem a Chico Anysio


 Edição do autor – Capa: Rafael Limaverde




O lançamento deste folheto ocorreu em Maranguape, dia 12 de abril (dia do nascimento de Chico Anysio).

A chegada de Chico Anysio no céu

Rouxinol do Rinaré

TRECHOS:

A tristeza quis prender
Meu riso num mausoléu.
Porém venci a tristeza,
Fiz do verso o meu troféu
Para narrar a chegada
De Chico Anysio no céu.

Maranguape chorou muito,
Nosso Ceará gemeu,
O Nordeste vestiu luto,
O Brasil todo sofreu
Quando foi dada a notícia:
“Chico Anysio faleceu!”

Era vinte e três de março,
Na Terra ouviu-se um clamor,
Em contraste houve uma festa
Na Mansão Superior
Risos, aplausos e vivas
Para o mestre do humor.

Sim, no céu houve alegria
Quando chegou o aviso:
“Chico Anysio está chegando,
Vem morar no paraíso”.
Mas a Terra ficou triste,
Perdendo o Mestre do Riso!

Deram a manchete no céu
- Tevês, jornais e revistas.
Para recepcioná-lo
Vieram muitas artistas,
E na comitiva estavam
Seus colegas humoristas.

Vieram: Arnaud Rodrigues,
Oscarito, Grande Otelo,
Zezé Macedo (a Biscoito)
Com o seu corpo magrelo,
Mazzaropi, Walter D’Ávila,
Ronny Cócegas, Nair Bello...

Chegou Rogério Cardoso,
Bussunda, Ronald Golias,
Milani, Espanta, Costinha
(Fazem mil estripulias),
Carlos Pires, Rony Rios,
Mais Mussum, Zacarias.

Prepararam uma cidade
No céu pra o Chico morar.
Ele, com seus personagens,
Ali podia brilhar
E a chamaram Chico City
Para o homenagear.

Depois Estados Anysios
De Chico City ficou.
Interpretando seus tipos,
Chico Total se mostrou.
Todos o aplaudindo dizem:
— Eita, Chico Anysio Show!

Entre os tipos veio o “craque”,
Que tinha a visão trocada.
— “Mas, hein?!” – dizia o jargão,
Falando em grande jogada.
Com a camisa do Vasco,
Era o zarolho Coalhada.

Depois chegou Azambuja,
Um malandro inveterado.
Diz: — "Tô contigo e não abro!",
Com um golpe bem planejado.
Falhando o golpe, repete:
— "Tá danado, tá danado…!"

(...)

De jaqueta cor-de-rosa
Haroldo chega, a bichinha,
Mostrando o muque às mulheres
(Mas não convence nadinha)
Dizendo: — "Agora sou hétero, 
Eu mordo você todinha!"

(...)

Justo Veríssimo aparece,
Um político nada nobre.
Corrupto, inescrupuloso
Que o caráter não encobre:
— “Quero que pobre se exploda!” –
Diz mais: — “Tenho horror a pobre!”

Lá, “adonde que véve os mortos",
Não faltou Bento Carneiro,
Cuspindo e amaldiçoando
A todo politiqueiro.
Diz: — "Não creu neu, se finouce."
Sou vampiro brasileiro.

(...)

— “Sou da Globo, tá legal?”,
Gagueja em cena Bozó.
— “Você é um idiota!”,
Gritou o velho Popó...
Tantos tipos diferentes
Feitos por um Chico só.

(...)

Chico está vivo no riso,
Nas irônicas abordagens,
No humor inteligente,
Na riqueza das imagens
Dos seus duzentos e nove
Diferentes personagens!

Foi um talento das artes:
Escritor, compositor,
Ator e, nas artes plásticas,
Um produtivo pintor,
Porém é insuperável
Quando o assunto é humor.

Ninguém irá superá-lo,
Nem o substituir.
Sua excelência no humor
Outro não vai atingir.
Chico Anysio foi um gênio
Na arte de fazer rir!

Disseram que Chico Anysio
Foi contado entre os ateus.
Porém fico refletindo,
Cá nos pensamentos meus:
Quem viveu causando risos,
Morrendo estará com Deus!


Fim

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